Jornalismo é isso: Fazer vingancinha da ditadura

Quando eu vi, não acreditei. A Época arranjou dois sargentos do exército que topassem falar abertamente sobre sua relação homossexual. Peguei a revista e comecei a ler, e não achei nada além de dois homossexuais falando de suas vidas e fotos dignas de um ensaio erótico com os dois fardados se beijando na boca.
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Preconceito? De maneira nenhuma. A homossexualidade está presente no meio militar há mais tempo do que a prática de andar pra frente. Mas o sensacionalismo da respeitada revista Época quis fazer um achincalhe ao Exército Brasileiro, novamente, e, como sempre, a troco de nada.
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Pra que posar fardado beijando na boca? Só para criar polêmica. Isso de modo nenhum serve como artifício de afirmação da cultura gay, da qual sou um legítimo defensor. A Época quis, com o sarcasmo dos carniceiros que são os jornalistas de hoje, de maneira leviana, denegrir a imagem da instituição Exército e só com esse objetivo publicou a matéria.
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Criou a polêmica e todos compraram a revista. Deve estar muito duro pagar os salários dos repórteres.
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Tenho pena dos caras que se prestaram a isso. Porque homossexualismo, o Exército sempre permitiu. No alistamento, o subtenente acaso perguntou: "quem é viado aí, levanta a mão" e dispensou os gays de servirem à pátria? Sabe o que o Exército Brasileiro não admite? Molecagem igual a essa.
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Sabe o que seria realmente uma matéria legal? Eles, paisanos e muito bem vestidos, dando uma entrevista como casal acompanhada de uma série de fotos dos dois desempenhando a função militar, mostrando que realmente ser gay não quer dizer não ter perfil para ser milico. Aí sim, meus caros repórteres, o trabalho atingiria a meta que vocês, vagabundamente, tentaram empurrar pelas nossas goelas abaixo: a meta de mostrar que os gays também são "bons soldados".

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Se comportamento feminino significasse falta de virilidade, mulheres não ingressariam nas forças armadas. O povo brasileiro, que é idiota e boçal, acredita nessas imbecilidades vomitadas pela mídia, versões completamente deturpadas daquilo que realmente é a verdade. Falo por já ter estado por entre suas fileiras que as forças armadas são muito mais compreensivas do que se imagina.
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Qualé, seus putos! Sou jornalista também. E vou dizer mais:
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Sabe o que acontece quando a gente chega na faculdade de jornalismo? Eles pegam uma foto do Gabeira e outra do General Médici e mandam você cheirar...
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- Esse é bom, esse é mau! Esse é bom, esse é mau!
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Jornalista desde cedo é instruído a foder com a vida dos milicos, e sem conhecimento de causa algum. E ainda querem que eu trabalhe com essa merda...Pelo amor de Deus.
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Um último recado aos sargentos vendidos - eu disse vendidos e não viados. Dou a maior força do mundo a serem felizes da forma que preferirem, mas expor uma instituição pública, privada, enfim, expor mais do que vocês dois é muita, muita molecagem.
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Se amanhã ou depois provarem que a Época pagou os sargentos para falar, não vou me surpreender nem um pouco.